O caso Americanas foi uma grande surpresa para todos, quando no ano passado a empresa anunciou um rombo nas suas finanças de 20 bilhões, inicialmente. Isso porque depois o valor passou para 43 bilhões.
Ou seja, um valor absurdo de rombo, para uma empresa que, em tese, tinha grande estrutura financeira e contábil.
Bom, mas agora que já passou algum tempo desde essa declaração oficial, como anda a situação das Americanas? É o que nós vamos contar para você nesse texto.
Acompanhe abaixo todas as atualizações sobre o caso Americanas.
Leia também: O que é e como funciona a reestruturação de empresas?
De onde surgiu o rombo bilionário
Quando a declaração de um rombo bilionário aconteceu no ano passado, todo mundo se perguntou: como uma empresa como a Americanas chega em uma situação assim?
Em tese, empresas listadas na bolsa de valores possuem um controle financeiro e contábil rigoroso, com diversas auditorias anuais em suas contas.
No entanto, o que aconteceu foi que esse rombo surgiu de uma falha no registro das dívidas que a empresa tinha com seus fornecedores e instituições financeiras.
Isso porque a operação funcionava da seguinte forma: a empresa compra os produtos com os fornecedores e antes de vender paga com um empréstimo bancário.
Não há problema legal nessa operação, mas houve um erro na hora registrar essa dívida.
Isso porque apenas se registrava a dívida com o fornecedor, mas não com os bancos, que possuem juros.
Ou seja, esse acúmulo de juros não registrados foi o que gerou o rombo na companhia.
Assim, essa quantia bilionária era relativa a mais ou menos 16 mil credores, bancos, pessoas físicas e algumas empresas.
Com essa dívida gigante, os três sócios majoritários da empresa inclusive tentaram negociar o montante, oferecendo 6 bilhões em reforços financeiros, mas não foi aceito pelos credores.
Então, sem acordo, a dívida ainda está pendente.
Pedido de Recuperação Judicial
Sem uma solução para o problema, a Americanas precisou recorrer ao processo de recuperação judicial.
Esse processo se usa para garantir um fôlego às empresas que enfrentam problemas financeiros.
O fôlego é basicamente um prazo que se concede para que a empresa estruture um plano de recuperação.
Nele se informa como será o pagamento todos os credores, em ordem de preferência.
Além disso, durante a recuperação judicial as ações judiciais em que a empresa é ré ficam suspensas, não sendo possível as penhoras, por exemplo.
No caso Americanas a recuperação judicial foi homologada em fevereiro deste ano, apesar do pedido ter sido feito no início de 2023.
Atualmente, são quase 10 mil credores que possuem valores a receber, tanto pessoas jurídicas como físicas.
Ainda, quatro bancos têm a receber mais de 35% do valor total, que são o BTG, Itaú, Bradesco e Santander.
Importante ressaltar que o plano de recuperação só andou para a aprovação dos credores porque houve um aporte de capital de 24 bilhões na empresa. Sendo 12 bilhões dos acionistas majoritários: Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles.
Os outros 12 bilhões foram incrementados pelos próprios bancos, que receberam ações em troca dos valores a receber.
O pagamento do plano de recuperação já iniciou e já foram pagos cerca de 115 milhões para credores trabalhistas e outras empresas menores.
Então, a partir de agora continuará o cumprimento do plano de recuperação aprovado, com o pagamento dos demais credores de acordo com a ordem de preferência para receberem.
Certamente, o processo ainda seguirá por algum tempo, até que todas as dívidas sejam quitadas.
Por fim, para que você saiba, é fundamental que o plano seja cumprido, pois o não cumprimento dele pode até mesmo levar à falência.
Investigação do ex CEO
Bom, mas além do processo de recuperação judicial outra situação que a Americanas precisou lidar foi com a investigação do seu ex CEO Sérgio Rial.
Sérgio foi o responsável por divulgar o rombo da empresa em janeiro do ano passado.
Quando isso aconteceu, havia apenas 9 dias que Sérgio havia assumido a posição.
Então, o que se investiga é se ele sabia ou não dessa situação e se houve algum vazamento ilegal de informações sobre o caso.
Atualmente, a CVM, que é responsável pela investigação, negou a proposta de acordo de quase 1 milhão e meio de reais para encerrar o caso.
Portanto, essa situação ainda segue pendente.
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E se você quer saber mais sobre o processo de recuperação judicial, entre em contato conosco.
Será um prazer ajudar você com essa demanda.
AL&T Advogados
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