A mudança de hábito e as relações de trabalho no Brasil está em constante mudança. Isso é perceptível quando analisamos dados sobre o recorde de demissões voluntárias em 2025.
Devido a diversos fatores que influenciam a decisão dos empregados deixarem o local de trabalho por vontade própria.
Seja por novos oportunidades ou a busca por uma falsa autonomia, a realidade das demissões voluntárias é novo desafio de muitos negócios.
Por isso, neste artigo, você vai entender os principais indicadores para essa tendência e como isso por afetar o futuro das relações de trabalho.
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Mudanças na relação de trabalho

As relações de trabalho, principalmente em relação ao empregador e empregado com a carteira assinada vem trazendo novos desafios no Brasil.
Seja por conta do avanço do empreendedorismo digital ou os novos comportamentos diante de desafios na jornada de trabalho.
Conforme estatísticas do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), em janeiro desse ano, 37,9% dos desligamentos partiram por decisão do empregado.
Comparado ao mesmo período em 2020, a taxa foi de 24% o que representa um aumento de 57,9% na proporção de pedidos de demissão voluntária.
Mas afinal, por que a taxa aumentou significativamente nos últimos anos? É sobre isso que vamos analisar no próximo tópico…
Demissões voluntárias
Vale ressaltar que a maioria das demissões voluntárias ocorreu entre os jovens de 18 a 24 anos, que decidiram sair de seus empregos formais para empreender ou atuar como autônomos.
São diversos os fatores que ajudam a explicar esse cenário e as transformações pelas quais as empresas passaram nos últimos anos.
Primeiramente, uma das principais causas dessa mudança drástica foi a adaptação das pessoas ao modelo de home office, impulsionada pela pandemia da Covid-19, em 2020.
Com a transição do trabalho presencial para o remoto, muitos profissionais passaram a repensar seu vínculo empregatício, especialmente diante da exigência de retorno ao ambiente corporativo.
Para muitos, a rotina em casa trouxe uma nova perspectiva sobre autonomia e produtividade.
Além disso, a cultura dos colaboradores também evoluiu…
Hoje, não se busca apenas um emprego, mas sim um ambiente de pertencimento, onde valores, propósito e bem-estar sejam reconhecidos e respeitados.
Diante desse novo contexto, muitas empresas precisaram se adaptar à nova realidade do mercado de trabalho.
Isso serve tanto para atender às expectativas dos profissionais quanto para cumprir as exigências das Normas Regulamentadoras (NRs) e manter a competitividade em um cenário em constante transformação.
Como reverter a situação?

Por se tratar uma tendência mundial, as empresas também precisam se adaptar com as mudanças, sem deixar de lado o propósito e valores do negócio.
Além disso, é imprescindível a atuação direta dos gestores e do setor de Recursos Humanos, bem como a atualização para um ambiente de trabalho saudável.
Para isso, as instituições devem aderir algumas práticas eficazes:
- Estruturar políticas internas com base nas atualizações normativas mais recentes;
- Oferecer benefícios que realmente promovam qualidade de vida;
- Implementar ações voltadas à saúde mental, sempre em conformidade com as Normas Regulamentadoras (NRs);
- Fortalecer a cultura organizacional, promovendo o senso de pertencimento;
- Criar e manter um banco de talentos para facilitar movimentações internas;
- Incentivar o desenvolvimento de lideranças bem preparadas;
- Garantir que os valores dos colaboradores estejam alinhados aos da empresa;
- Investir em programas de saúde e bem-estar;
- Ampliar a comunicação sobre planos de carreira e oportunidades de crescimento.
Enfim, todos esses pontos são importantes para as empresas se atentarem e promoverem um ambiente na qual os colaboradores se sintam valorizados.
Isso reduz expressivamente a possibilidade de demissões voluntárias e contribui para a reputação da empresa a novos empregados.
Concluindo…
Portanto, o aumento expressivo das demissões voluntárias vai muito além de números: trata-se de uma mudança estrutural de como as pessoas se relacionam com o trabalho.
Por isso, empresas que desejam crescer e manter competitivas no mercado, devem evoluir junto as necessidades e oferecer diferenciais.
Além de iniciativas internas, é fundamental garantir que todas as práticas estejam em conformidade com a legislação vigente e em diálogo constante com os sindicatos representantes da categoria.
Essa união entre gestão estratégica e segurança jurídica é essencial para a construção de um ambiente sustentável e atrativo.
AL&T Advogados


